Sinceramente, me incomodam as composições "evangélicas" que massageiam o ego dos crentes. A sua ênfase é sempre: "Você, você e você", e não: "Ele, Ele e Ele". É como se a história de um "escolhido" fosse mais importante que a gloriosa história do Escolhido (Cristo) e sua Eleita (Igreja)! Esse tipo de mensagem motivadora tem a sua relativa importância. Mas, ao mesmo tempo, injeta na alma do crente — que deveria depender inteiramente do Senhor, humilhando-se debaixo de sua potente mão (1 Pe 5.6) —, sem que perceba, um sentimento de que tudo gira em torno dele, de que ele é o centro de tudo...
(Ciro Sanches Zibordi)
(Ciro Sanches Zibordi)
NÃO CONFUNDA ADORAÇÃO COM SHOW E MUNDANISMO
Nesses tempos de confusão, não temos feito mais distinção entre shows e cultos de adoração, como fazíamos antes. Estamos contentes com a secularização. Não nos importamos mais em ouvir os nossos jovens gritando os nomes de seus adoradores-astros: "Fulano, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver". Também não nos incomodamos com a grande quantidade de fotos que são tiradas durante o culto (culto?) a Deus (a Deus?).
O chamado "período de louvor", muitas vezes, é um ver¬dadeiro festival de cantoria e dança e ocupa praticamente o tempo todo das nossas reuniões. Em geral, o culto começa com um momento de louvor. Depois, em alguns lugares, cânticos do hinário, entoados sem muito entusiasmo. Em seguida, par¬ticipação efusiva dos grupos musicais, dos cantores, como se fosse um show de calouros, em que cada um apresenta o seu número. Quanto tempo é dedicado à exposição da Palavra? Depois de todos cantarem; depois das coreografias; depois das peças teatrais... Bem, o tempo que sobrar — se é que sobra algum tempo — é para a pregação!
Nossos cultos têm se transformado em meros ajuntamentos para gritar, pular, dançar, assobiar, fazer "trenzinho", cantar, cantar e cantar. Estamos conformados com tudo isso. Não queremos parecer desamorosos aos jovens e permitimos que eles façam tudo o que desejam! Mas a Palavra de Deus é clara quanto a isso: "Foge, também, dos desejos da mocidade" (2 Tm 2.22). Adorar a Deus não é dar vazão aos nossos sentimentos nem satisfazer os desejos da "moçada", e sim priorizar a vontade de Deus (Lc 9.23; Rm 12.1,2).
E por causa da priorização dos "desejos da mocidade" que em nossas reuniões tem havido pouco ou quase nenhum espaço para a exposição da Palavra do Senhor. Muitos cantam "Dá vontade de pular, de dançar", mas não têm vontade de ouvir a Palavra de Deus! E a pregação, quando ocorre, é uma rápida palestra motivacional, voltada para o bem-estar dos espectadores, e não uma exposição da sã doutrina. Tudo é feito a fim de agradar e entreter a "galera". Os nossos jovens precisam ser ensinados a apreciar a exposição da Palavra. Mas como isso acontecerá, se continuarmos priorizando os "desejos da mocidade?"
NÃO CONFUNDA ADORAÇÃO COM LOUVOR E CÂNTICO
Muitos irmãos sinceros confundem adoração com louvor. Ainda que os termos, em algumas passagens bíblicas, sejam intercambiáveis, a Palavra de Deus apresenta definições es¬pecíficas para cada um. O texto de 2 Crónicas 20 precisa ser estudado pelos adoradores, pois mostra claramente a distinção entre adoração e louvor. Adoração está ligada a nossa postura de humildade e submissão ao Senhor, como servos dEle. Já o louvor está relacionado com a vida e as palavras de glorificação a Deus, emitidas pelos adoradores. A passagem citada também mostra com clareza que a adoração não deve ser confundida com cântico. Todo cantor deve ser, antes, um adorador.
Em Salmos 149.1 vemos que existe distinção entre louvor e cântico. "Louvai ao Senhor" abarca todas as maneiras de louvar a Deus. E "Cantai o seu louvor" diz respeito a uma das formas mais apreciadas pelo povo de Deus de louvá-lo — através da música. O que é o louvor e o cântico? Em que diferem um do outro, e da adoração? Louvar não é apenas cantar; envolve tudo que há em nós (SI 103.1,2). E o cântico, composto de voz, música e letra, é uma das maneiras mais atraentes de louvar¬mos ao Senhor.
Considerando as definições de adoração, louvor e cântico, a que conclusões chegamos? Que, sem adoração verdadeira, não existe autêntico louvor — Deus só recebe o louvor dos adoradores. E mais: o cântico que sobe ao céu está casado com o louvor produzido pelos verdadeiros adoradores. Um texto que mostra o intercâmbio dos três elementos em análise é Sal¬mos 108.1: "Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei e salmodiarei com toda a minha alma".
Portanto, o termo "adorador" nada tem a ver com ma¬nifestações artísticas, como danças e coreografias, nem com bizarrices como "unção dos quatro seres" e "mover profético". Antes, está relacionado com a disposição interior do servo do Senhor e sua postura resultante dessa "prostração do cora¬ção" (SI 95.6). Mas a adoração não se restringe a prostrar-se silenciosamente diante do Todo-Poderoso. Num casamento com o louvor, ela envolve o pronunciamento de palavras de exaltação, que também podem ser cantadas, em espírito e em verdade (Jo 4.23,24).
RENOVA-NOS, SENHOR JESUS!
Hoje, muitos adoradores-astros têm dito: "Avance! Não desista! Os sonhos de Deus vão se cumprir na sua vida. A sua história não acaba aqui. Prossiga! Não olhe para trás". Mas eu tenho uma mensagem diferente para todos os adoradores da atualidade: Voltem! Não continuem andando pelo cami¬nho da extravagância. Ainda há tempo de mudar de rumo. Retrocedam! "Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas" (Jr 6.16).
Precisamos recuperar o que deixamos para trás. Ainda podemos reconquistar o que o que perdemos. Voltemos à mensagem da cruz e ao verdadeiro louvor! Esqueçamo-nos do "som dos adoradores", das canções humanistas, que só falam de sonhos. Deixemos as nossas preferências pessoais. Muitos adoradores-astros falam em restituição, mas a ênfase recai sobre bênçãos materiais. Ninguém pensa em reconquistar o temor a Deus, a adoração em espírito e em verdade, os verdadeiros louvores.
Abandonemos os interesses comerciais, para que voltemos à verdadeira adoração. O liit gospel "Faz um milagre em mim" diz: "Largo tudo pra te seguir". Então, sigamos esse conselho! Larguemos as chamadas adoração profética e adoração extra¬vagante! Larguemos o considerado louvor sem limites! Aban¬donemos o evangelho-show, a fim de agradarmos a Deus.
Respeitemos, sim, os costumes e a cultura de cada povo e as suas tradições locais. Admiremos a arte e a música. Mas não aculturemos ou contextualizemos o evangelho de Cristo (2 Co 11.3). Quem se converte a Cristo na África, no Brasil ou na Europa tem de se submeter ao Senhor Jesus e ao seu evan¬gelho, e não o inverso. Aproximemo-nos do Senhor, a fim de percebermos o quanto é maravilhoso andar segundo os seus mandamentos e princípios. Não ajamos como o imperador Constantino, que introduziu uma série de práticas pagãs no cristianismo, ignorando o evangelho de Cristo.
Quanto à pessoa que cresceu ouvindo samba ou forró, ela que se converta a Cristo de verdade e saiba que uma coisa é gos¬to musical, e outra, bem diferente, é o estilo musical apropriado para o louvor na casa de Deus. E que não nos esqueçamos de que o nosso culto a Deus é racional. Pensemos no que cantamos, analisando as letras de nossas composições. Não cantemos por cantar. Nem porque uma melodia é bonita e envolvente. Que saibamos discernir entre os hinos com letras de louvor a Deus e as canções com ênfases repetitivas cantadas por adoradores extravagantes e profetas apaixonados.
Renova-nos, Senhor Jesus! Aviva a tua obra!
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